domingo, 10 de junho de 2012

C a n s a d...


Ando tão cansada de urgências. De sentimentos intensos demais, de querer compreender tudo que se passa aqui dentro, das pessoas querendo compreender, das pessoas se importando com coisas pequenas demais, se aborrecendo com coisas pequenas demais, se chateando e cortando relações com outras pessoas por bobagens. Ando tão cansada de drama, de exagero, de reflexões exageradas que não levam a lugar nenhum, de questionamentos, suposições, de desabafos. Ando tão cansada que tudo que eu quero, às vezes, é ficar assim, sozinha no meu quarto em pleno domingo enquanto todos os meus amigos estão juntos se divertindo, uns na boate, outros na casa de alguém, e por aí vai. 
Ando tão cansada de gente se metendo na vida dos outros. Quem decide o que eu vou beber sou eu. Se eu quero beber cerveja o problema é meu.  E se eu quiser sair de uma reunião de amigos porque, sem mais nem menos, não estou me sentindo bem lá, deixe que eu vá. Não podia ser simples assim? Mas as pessoas estão sempre querendo que as coisas permaneçam as mesmas. Inclusive eu, na maioria das vezes. 
Mas e dai se eu não estou afim de ficar naquele lugar com 15 pessoas que antes me faziam bem? E dai que é a segunda vez que isso acontece? Não me senti bem, caramba. Tenho mais é que ir embora. E se eu estiver perdendo a vontade de ficar perto deles, se não quiser mais ir à esses encontros, se não for mais como antes, sinto muito. Com certeza isso não brotou dentro de mim atoa. E isso pode acontecer sem que uma crise surja. Por favor!
Ok, nada disso parece vir de mim, logo eu, sentimental, supervalorizadora das amizades e blablabla. Ando cansada, é isso. Talvez amanhã eu esteja recuperada, mas agora? Estou cansada! Não quero conversas, não quero nada, quero ficar quieta e quero que as pessoas fiquem quietas também.
Eu estou sentindo uma coisa que não sei explicar, não sei direito porque não estava me sentindo bem com meus amigos, não sei porque ando exausta de tudo isso e não estou nem aí pra isso. Não é maravilhoso? Estou apenas sentindo isso e não faço questão de saber o que é, nem o porquê. Deixe aí, uma hora passa. 
Eu não quero outra crise. Nem minha nem de ninguém. 
Isso sou eu agora. Seria egoísmo demais da minha parte querer que as pessoas compreendam isso. Seria egoísmo demais pensar que se algum deles chegasse e me falasse isso eu aceitaria numa boa. Por isso, mesmo não querendo crises, desabafos, discussões, etc, irei continuar convivendo com isso, porque não posso exigir nada dessas pessoas. Esse momento é meu. Essa sou eu agora. Amanhã posso ser outra coisa e... sem crise quanto à isso, mas essa coisa de amanhã pode estar em crise.

Cresci.
Volta e meia volto a ter 5 anos de novo, mas é coisa rápida. De forma geral eu cresci mesmo. Amadureci. Aprendi muitas coisas. Continuo tentando aprender e compreender algumas outras. Mas parece que tem sempre aquilo que me leva pra baixo, pros meus 5 anos. Ele me faz insegura, me desestrutura. Me faz parecer insana. Faz com que eu mesma me magoe.
Mas não. Não é isso que quero escrever hoje.
Essa foi a primeira tentativa de escrever alguma coisa. Logo abandonei o texto.
Fiquei pensando no que escrever e todos os assuntos que me vieram à cabeça me pareceram inadequados. Costumo escrever exatamente sobre aquilo que esta me ocupando o coração e a mente. E muitas vezes isso pode ser repetitivo, pois algumas coisas persistem por um longo tempo aqui dentro. Mas eu decidi que não quero mexer em nada, quero deixar tudo quieto, ta tudo bem assim. Por essa razão venho falado tão pouco, gritado tão pouco. Chorado menos. Olhado mais pra fora do que pra dentro. Acho até que já estou falando demais sobre isso. 
Mas volto ao que me fez querer escrever hoje. 
Sempre gostei de expor o que sinto, de colocar tudo no papel para que, quem sabe, jogando as palavras na folha, o que esta dentro de mim se torne menos doloroso, quando estiver doendo, ou leve mais felicidade pelo mundo, quando for algo feliz.
Mas eu sempre tive um pouco de relutância. Não gostava de espalhar por aí essa minha paixão pela escrita. Sentia um pouco de vergonha de mostrar tudo que eu sentia, como me doía com certas coisas e como eu era complicada e dramática e melosa e sonhadora e blablabla pros meus amigos. Eu acho que ainda sinto um pouco, mas não sinto mais de algumas pessoas. Sem falar que me sentia uma "boba escrevendo bobagens" e não achava muito legal as coisas que eu escrevia. E ainda me sinto assim às vezes, quando, por exemplo, decido escrever um texto pra falar de como é bom quando você vê que algumas pessoas se identificam com aquilo que você escreve (ou na minha linguagem de possível humanista da Psicologia: quando as pessoas são empáticas com aquilo que você diz), ou melhor, quando você percebe que existem pessoas que gostam mesmo do que você escreve. Me dá um orgulho de mim. E pode ser pouca coisa, bobagem mesmo, é só um blog, alguns podem pensar. E nem é tanta gente assim que lê o que eu falo aqui. Mas uma pessoa que seja já vale a pena. Vale mais ainda quando uma pessoa chega e pede pra você escrever. Estou falando do dono desse blog: http://cronollogias.blogspot.com.br/ que me deixou esse comentário, talvez sem imaginar que me deixaria tão contente. Não só pelo fato do pedido deixado no comentário, mas pela admiração que tenho pelos versos escritos e postados no blog, versos que fogem do meu alcance e que por isso mesmo sempre estão a me encantar. Me sinto desafiada e justamente por compreender pouco do que diz sinto como se houvesse um mistério por trás daquelas palavras. Tudo isso pode ser coisa da minha cabeça. Mas as palavras alcançam as pessoas de formas diferentes e as palavras desse blog me alcançam dessa forma, de um jeito misterioso e grandioso. Sei que por trás das palavras escritas ali existem muitos significados que não compreendo. Mas me encantam mesmo assim. 
E meio sem jeito, como comecei esse texto, decidi terminar. 
De repente me peguei a pensar no que disse no início do texto e percebi que se você escreve sempre, sobre tudo, você não cresce sozinha.. todas aquelas pessoas que param e te leem, acompanham o teu crescimento e talvez até se sintam bem com isso. E eu posso dar voltas e voltas, mas sempre estarei no mesmo lugar: o lugar onde me sinto bem quando sei que não estou sozinha.