domingo, 28 de abril de 2013

Adeus, 19.


Eu quero deixar pra trás com você tudo aquilo que em que eu acreditei e que foi usado contra mim. Eu quero deixar pra trás com você o silêncio frente às injustiças, o medo frente o inesperado, o novo, o desconhecido. Eu quero deixar pra trás, com você, o medo do risco; o medo do toque; o medo da atração; as expectativas exageradas; a falta de segurança e de amor próprio; a incapacidade de compreensão, de doação; a incapacidade de ser e de estar; Eu quero deixar pra trás a espera. Eu quero deixar pra trás a comodidade, a naturalização, a falta de interesse e de questionamento. Eu quero deixar pra trás a falta de clareza. A falta de consideração. A falta de respeito. A intolerância. A desilusão. Os nós. A covardia. A decepção.

Eu quero que as

mentiras

fiquem com você, aí atrás.

Eu quero trazer de você o crescimento, a superação, a determinação, a fé, a força, o foco, a esperança, a bondade, o caráter, a honestidade, os laços (aqueles positivos).

A verdade. A empatia.

O amor. Quem diria, o amor.

Eu quero achar, para além de você, o perdão. O recomeço. O recomeço. O recomeço. O recomeço. A reconstrução. O reencontro.

O perdão. O perdão. O perdão.

Eu quero deixar pra trás, com você...
Eu quero deixar você pra trás.

Adeus, 19.

quinta-feira, 11 de abril de 2013


E então.

No meio de uma música qualquer, de um suspiro qualquer, de um olhar qualquer, de um pensamento, de uma frase. Sim, qualquer. E então, no meio de qualquer coisa, perceber todos os rastros deixados pelo seu caminho, todos os rastros intactos: marcando tudo que você foi, sentiu, quis e não teve, quis e não conseguiu, tentou ser e não foi. E perceber que não quer dar de cara com eles. Com os rastros. Com tudo que perdeu e que ganhou. Ver tudo ali e sentir medo de voltar pra ver.

E talvez, um dia, não se sentir covarde por sentir medo.