Abriu as asas e voou. Pôde ver o céu enquanto se afastava dele, rezando pra estar chegando perto. As nuvens ficavam menores. Fechou os olhos, não queria mais olhar pro céu, logo chegaria nele, queria acreditar. E olhou pra dentro de si. Suas dores que não conseguira resolver, as pessoas que deixara pra trás com seu vôo, elas não podiam voar, tinham que ficar. As felicidades que tivera e foram ofuscadas por todas as infelicidades. O que a fez voar... Será que agora, enquanto se afastava do céu, ela ainda tinha vontade de voar? Será que estava plena? Quanto mais descia mais dores deixava pra trás? E queria realmente descer? Ou queria que seu corpo subisse? “Volte! Voe de verdade, me faça voltar!” Não. Não eram asas que ela tinha e ela não estava voando. Ela estava caindo. Não importa, pois ela estava caindo. E levaria mais alguns com ela, com sua falta, com a dor que deixaria.
Lívia Gurgel.
Abriu as asas e voou.
ResponderExcluirQue belo texto Lívia!
Tens talento. Bela semana pra você.
Beijo, Dan.
"E levaria mais alguns com ela" sempre há parcerias para dor ou solidão
ResponderExcluirSomos um amontoado de sentimentos, uns bons outros nem tanto, mas no fundo, lá no interior do nosso ser, o que buscamos mesmo é a liberdade, o sonho de ícaro. Linda postagem. Meus parabéns.
ResponderExcluirNosso desejo mais profundo, o de voar. Por vezes um bater de asas facilitaria tudo para fugir de algumas dores.
ResponderExcluirSeu blog é muito lindo... adorei a fadinha!
ResponderExcluirEstou te seguindo também!
Obrigada pela visita
Beijos
Que lindas as tuas palavras, Lívia, dessas quedas eu quero que manter a distância, voar é mais, mas tantos levaram tantos com as dores que deixaram, é tão involuntário, bem menos que um querer.
ResponderExcluirQuanta intensidade aqui *-*
ResponderExcluiraiai, Lívia! Assim eu não aguento.. Não vou comentar nada sobre o texto, porque eu já falei: VOCÊ TEM O DOM! Enfim, te amo, ta?? MUITO!! Sucesso, e continue escrevendo os SEUS sentimentos. Isso me ajuda a te entender melhor, sempre! ;pp
ResponderExcluir"Ela estava caindo. Não importa, pois ela estava caindo."
ResponderExcluirAcho que estou caindo sem saber onde vou parar. :/
Tem selinho pra ti no meu blog queriida. Beijoos ;**
Quem dera que caíssemos sozinhas e não levasse ninguém conosco... Seria menos doloroso, pois, ninguém é culpado pelos nossos fracassos, apenas nós mesmas. Mas são eles que nos fazem aprender, e são deles (por mais que isso pareça contraditório) que tiramos novas forças pra voarmos novamente. Ninguém, afinal, aprende apenas acertando.
ResponderExcluirbeijos!
Muito bakana o texto. Uma partida e uma chegada...beijos moça.
ResponderExcluirAs partidas são sempre dolorosas, não importa se é definitiva ou supostamente temporária. A saudade aperta, e o medo de não voltar a vê-la é aterrorizante.
ResponderExcluirparabéns pelo texto.
um abraço,
Emocionante mesmo!
ResponderExcluirLivia,
ResponderExcluirachei fascinante, tanto que voei com você nessa prosa poética gostosa, até frio na barriga senti. rs
Oferto meu abraço!