segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Caos.

Ah, o caos! Caos dentro ou fora? Um vai, outro vem. Eu. Invisível. Sozinha. Na multidão. E vejo. Vejo o vazio dentro de mim. E vejo fora. Mas não enxergo. Não enxergo além do que vejo. Ver além, sabe? Sentir com o olhar, essas coisas que vez em quando eu consigo fazer. O que vejo agora é vago. Rostos. Dores? Alegrias? Lutas? O que há por trás de tudo isso que vejo e não consigo enxergar? Que rosto é esse que penso que conheço? Conheço? Amarelo, moreno, branco, marcado. Que marcas são essas que acho que sei de onde vem? O olhar. É brilho ou são lágrimas? Que olhar é esse, indecifrável, que penso que sei ler? O que há por trás dessa gente? Que vem, que vai e não fica? Que me esbarra, que passa e não me leva. Que passa e não deixa nada. Qual a luta desse homem? Qual a dor desses olhos? Qual o fardo, qual o peso, qual a culpa carregada por esses ombros? Quanto mais esse forte pode agüentar? Quanto mais até cair? Quanto já agüentou? Vai cair? Não. Quanto eu penso que posso decifrar? Quanto mais me enganar? Quanto esperar? Não mais esperar. Como não esperar?  

3 comentários:

  1. Lívia,
    impressionante como teu texto... se encaixou nos meus versos... Rs muito bom.

    Caos... jardim... Que seja doce...

    Grato pelo comentário lá no blog.
    Beijo e bela semana.

    Dan.

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  2. É no meio desse caos que tentamos nos equilibrar, como quem procura o olho do furacão que é um lugar calmo e seguro, dizem.

    =*

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  3. Bem Lívia, é com muito orgulho e prazer que venho por aqui deixar meu breve comentário. Ainda desconheço quais palavras vou tentar descrever melhor o que estou sentindo, porém, em todo caso, destaco a preciosidade de suas expressões em meu espaço. Foi um dos comentários que mais me tocaram em 4 anos de blog e graciosamente me fez muito bem. Me fez bem pelo simples fato de conseguir despertar nas pessoas aquilo que eu já esperava, aquele pensamento que falta um pouco as vezes, por pensar que tudo é pra sempre.

    E bem, quanto ao seu texto, a sensação de vazio é uma das que mais atormentam as pessoas. É como andar em uma escuridão total e não ter ninguém para ajudar. Você tropeça em uma pedra, cai em um buraco, olha para todos os lados e não vê ninguém que possa te ajudar a levantar. É frustante perceber que a nossa vida, na maioria das vezes, não se encadeia de deixar aquilo que sentimos ter o maior valor. Fica meio confuso de dizer, mas é triste saber que não temos o valor, aliás. Somos tratados como numeros e, assim nossos sentimentos não são de importância a quem não tem diretamente participação.

    Um grande beijo e um ótimo final de semana,

    Pedro Menuchelli

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